Visite as favelas do Rio de Janeiro

Tudo começou durante a ECO 92. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento agitou o Rio de Janeiro em uma época em que os movimentos ecológicos ganhavam força no país. Chefes de Estado, autoridades políticas, estudiosos e entusiastas da causa de diversas partes do mundo desembarcaram em terras brasileiras para tentar encontrar caminhos que permitissem o avanço das nações sem impactar os ecossistemas.

Atordoados pela beleza natural do entorno, os conferencistas aproveitavam qualquer tempo livre na programação para conhecer os vários cantinhos daquela terra maravilhosa. Ninguém sabe ao certo como foi que alguns deles subiram o morro, mas o fato é que isso aconteceu. E lá estavam os estrangeiros, na favela da Rocinha, apreciando um belo visual aéreo enquanto ouviam histórias contadas pelos locais.

Mais de vinte anos se passaram e os tours organizados continuam populares. Principalmente após a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos morros. Muito se engana quem pensa que se trata de um típico “passeio de gringo”. Brasileiros começam a voltar os olhos para esse tipo de turismo com viés social. Explorado em várias partes do mundo e que beneficia as duas partes. De um lado, o turista ansioso por conhecer uma nova cultura em um lugar autêntico. E de outro, o morador que percebe na atividade uma boa maneira de incrementar sua renda.

Os tours

O Rio de Janeiro tem mais de 700 favelas. Mas é na Rocinha, a maior comunidade da América Latina, que as operações turísticas se concentram. Atrás do morro Dois Irmãos, entre a Gávea e São Conrado, a localização chama mesmo a atenção. Antes de começar o passeio, os visitantes embarcados em jipes escutam com atenção às explicações iniciais de um guia credenciado, enquanto os olhares se perdem entre os vários caminhos da favela.

Logo no primeiro mirante, os registros fotográficos comprovam o impacto que a paisagem exerce no visitante. A combinação do azul do mar com o verde da floresta da Tijuca e o colorido das casas contrasta com as soluções criadas pelos moradores para habitação e convivência em um espaço urbano ímpar. O passeio dura cerca de três horas. E inclui paradas em mirantes, na sede de projetos sociais locais e em lojas que vendem peças de artesãos que vivem ali.

Outro morro procurado pelos turistas é o Santa Marta, em Botafogo, muito por conta da possibilidade de avistar parte da baía da Guanabara e os contornos do Morro da Urca e do Pão de Açúcar, com seus bondinhos que sobem e descem o dia todo. Uma paisagem emblemática da Cidade Maravilhosa.

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