O jeito Salvador de cair na folia

É claro que um dos destinos mais queridos do Brasil não ia fazer feio no Carnaval. A terra do Olodum, de Nosso Senhor do Bonfim, do acarajé e do vatapá mostra que tem samba no pé e comanda, ao longo de seis dias, uma das festas mais famosas do planeta. A animação é tão contagiante que arranca sorrisos até de quem não é fã da folia.

Os ritmos de Salvador

Em Salvador todos os ritmos musicais encontram o seu espaço e o seu público, principalmente o axé e o afoxé. A maioria dos ritmos tenta resgatar alguns aspectos da cultura africana. Inclusive, o afoxé é representado por cantigas, cores, instrumentos e danças ligados ao candomblé.

Trios elétricos

Os trios elétricos são responsáveis em grande parte pelo agito que invade a capital baiana. A melhor forma de acompanhá-los de pertinho é comprando um abadá. A camiseta identifica a qual bloco o folião pertence e permite que ele pule Carnaval à vontade protegido por um cordão de isolamento. Um ponto bacana é que cada bloco conta com serviços de apoio, disponibilizados em caminhões com banheiros, bar e posto médico. Do outro lado do cordão ficam os chamados “pipocas”, ou seja, aqueles que seguem o trio sem comprar o abadá

Os três circuitos

O Carnaval na cidade é organizado em três circuitos que se diferenciam pelo tipo de música e pelo trajeto realizado.

Osmar

O circuito mais tradicional e talvez o preferido entre os soteropolitanos é o Osmar (vulgo Campo Grande). Passando pelo centro de Salvador, promove uma festa e tanto em meio aos casarões coloniais e à arquitetura impressionante. O percurso sai de Campo Grande e vai em direção à Avenida Sete de Setembro e à Praça Castro Alves. O retorno é pela Rua Carlos Gomes.

Disputado nos três últimos dias de folia (domingo, segunda e terça-feira), traz grandes ícones da música brasileira. Nomes como Asa de Águia e Ivete Sangalo são marcas registradas no evento. Araketu, Trio Alegria, Conexão Tribal, As Muquiranas e Vamos Nessa são alguns dos blocos que costumam marcar presença.

Barra-Ondina

Dodô ou Barra-Ondina é o nome dado ao circuito que conecta a Praia da Barra à de Ondina. Blocos puxados por Chiclete com Banana e Daniela Mercury, entre outros, se misturam ao visual incrível da Baía de Todos-os-Santos. Durante o percurso dá até para contemplar o icônico Farol da Barra.

Considerado por muitos como o melhor circuito para curtir o Carnaval, o Dodô é famoso pelo seu caráter eclético. Reunindo blocos que fogem do “tradicional”, embala os foliões com música eletrônica, forró, arrocha, sertanejo e muito mais. A caminhada de aproximadamente 4,5 km tem de cinco a seis horas de duração. Existem opções para quem quiser começar logo cedo (horário dedicado também às crianças) ou dançar até de madrugada, tendo em vista que alguns camarotes ficam abertos a noite inteira.

Batatinha

Realizado na região do Pelourinho, o circuito Batatinha é bem diferente dos outros dois. Não há trios elétricos e nem abadás.

Feito para quem busca uma atmosfera mais familiar, divirta-se ao som de marchinhas e estilos musicais diversificados. Abuse de fantasias e acessórios irreverentes e curta a farra inclusive ao lado dos pequenos.

Com uma energia diferente da encontrada nos outros circuitos,  é sempre válido ressaltar que a folia tem lugar em pleno centro histórico, símbolo máximo da cultura e da essência baianas.

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